A curiosidade, frequentemente destacada como a qualidade essencial dos inovadores, vai além de uma predisposição genética; é, na verdade, uma escolha determinada. A autêntica curiosidade, aquela que impulsiona a inovação, pode ser cultivada por meio de práticas deliberadas.
Questionar incessantemente o porquê das coisas, como poderiam ser diferentes e quais as possibilidades inexploradas não apenas alimenta a curiosidade, mas também abre portas para novas perspectivas e descobertas. É nesse processo ativo de questionamento que a verdadeira inovação floresce. Uma abordagem eficaz para aprimorar essa habilidade é incorporar o hábito das “três perguntas”.
No momento que começar a explorar um assunto, a primeira pergunta é básica. A segunda amplia um pouco mais, porém é a terceira pergunta que desafia nossas hipóteses e indica ideias inéditas.
- A primeira pergunta geralmente é a mais básica e introdutória. Ela serve para iniciar a exploração de um tópico e pode ser uma pergunta aberta, como “O que é isso?” ou “Como isso funciona?” Esse tipo de pergunta estabelece uma base para o entendimento.
- A segunda pergunta aprofunda o conhecimento adquirido com a primeira pergunta. Ela busca entender os detalhes, os componentes ou os processos envolvidos no tópico. Por exemplo, “Quais são os principais fatores que contribuem para isso?” ou “Quais são as etapas envolvidas nesse processo?” Esse tipo de pergunta ajuda a ampliar a visão sobre o assunto.
- A terceira pergunta é a mais desafiadora e provocativa. Ela visa questionar suposições, descobrir nuances e explorar implicações mais profundas do tópico. Essa pergunta pode ser algo como “Por que isso é importante?” ou “Quais são as implicações a longo prazo disso?” Ela estimula uma reflexão crítica e criativa.
Exemplo prático:
- Primeira Pergunta: Ao definir metas pessoais, a pergunta inicial poderia ser: “O que é mais importante para minha realização pessoal?” Essa questão estabelece um ponto de partida claro para entender os elementos fundamentais das aspirações individuais.
- Segunda Pergunta: Para aprofundar, poderíamos questionar: “Quais são as ações prioritárias que me aproximariam dessas metas?” Aqui, a intenção é entender os detalhes e as nuances das ações cruciais para o alcance das metas estabelecidas.
- Terceira Pergunta: Desafiando ainda mais as ideias, seria relevante indagar: “Como essas ações contribuem para meu bem-estar?” Essa pergunta leva a uma reflexão mais profunda sobre as implicações práticas de cada passo, priorizando aqueles que oferecem benefícios duradouros para o indivíduo.
Ao fazer as “três perguntas” em qualquer situação, alguém que segue o conceito Essencialismo pode determinar se uma atividade, projeto ou objetivo se alinha com seus valores essenciais e metas. Isso ajuda a evitar distrações e compromissos não essenciais, permitindo que a pessoa mantenha o foco em suas prioridades.
A curiosidade regular não se trata apenas de acumular conhecimento, mas sim de fazer perguntas mais profundas para ampliar o seu entendimento e priorizar o que é verdadeiramente essencial em sua vida pessoal e profissional.
Descubra o que realmente importa e faça as perguntas certas para direcionar sua jornada rumo à produtividade máxima.
Fonte: McKeown, G. (2014). Essencialismo: A disciplinada busca por menos. Sextante Editora.
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